Ataque deixa dois mortos e 18 feridos, causa incêndios e interrompe temporariamente transporte aéreo e ferroviário. Rússia afirma ter neutralizado 337 drones ucranianos em diferentes áreas do país.

Rússia x Ucrânia: imagem mostra prédio residencial danificado durante ataque de drone ucraniano em Vidnoye, na região de Moscou, em 11 de março de 2025. — Foto: Reuters/Stringer
Na madrugada desta terça-feira (11), a Ucrânia executou uma ampla ofensiva com drones contra Moscou, capital russa, resultando em duas mortes e 18 feridos. O ataque desencadeou incêndios e levou à suspensão temporária das operações em quatro aeroportos da cidade.
O bombardeio ocorreu pouco antes de uma reunião marcada na Arábia Saudita entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, com o objetivo de discutir um possível cessar-fogo no conflito.
O governador da região de Moscou, Andrei Vorobyov, usou o Telegram para relatar o incidente, afirmando que o ataque começou às 4h e atingiu Moscou e arredores com drones em grande quantidade. Ele destacou que prédios residenciais e veículos sofreram danos.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, 337 drones ucranianos foram abatidos durante a noite, sendo 91 deles na região de Moscou e os demais em outras nove áreas do país. O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, informou que aproximadamente 70 drones foram destruídos em várias ondas de ataques ao se aproximarem da capital.
Fontes como Reuters e Associated Press classificaram essa ofensiva como a maior contra Moscou em mais de três anos de guerra. Até o momento, não há informações precisas sobre a quantidade total de drones lançados pela Ucrânia, e o governo ucraniano não emitiu comentários oficiais sobre o episódio.

Prédio residencial danificado por drone ucraniano em Moscou, na Rússia, em 11 de março de 2025. — Foto: REUTERS/Stringer
O Kremlin acusou a Ucrânia de mirar intencionalmente áreas residenciais, prática vedada em conflitos armados. Por outro lado, a Rússia já realizou diversos ataques contra zonas residenciais em cidades da Ucrânia ao longo da guerra.
Sobyanin relatou que equipes de emergência estão atuando nos locais afetados. Imagens divulgadas por meios de comunicação russos nas redes sociais mostram prédios residenciais danificados, com janelas quebradas e telhados perfurados pela queda de drones.
Com cerca de 21 milhões de habitantes, Moscou e sua região formam uma das maiores áreas metropolitanas da Europa, ao lado de Istambul, na Turquia.
O Ministério da Defesa russo informou que 126 dos drones foram derrubados sobre Kursk, uma região fronteiriça parcialmente ocupada por forças ucranianas. Outras áreas atingidas incluem Belgorod, Bryansk, Voronezh — todas próximas à fronteira com a Ucrânia — e regiões mais internas como Kaluga, Lipetsk, Nizhny Novgorod, Oryol e Ryazan.

Apartamentos danificados em prédio em Moscou, na Rússia, após ataque de drones ucraniano em 11 de março de 2025. — Foto: AP

Apartamentos danificados em prédio em Moscou, na Rússia, após ataque de drones ucraniano em 11 de março de 2025. — Foto: AP
Transportes interrompidos
A agência de aviação russa suspendeu voos nos quatro aeroportos de Moscou para garantir a segurança, medida que também foi adotada em dois aeroportos nas regiões de Yaroslavl e Nizhny Novgorod. Posteriormente, as operações foram normalizadas, segundo o governo russo.
Vorobyov relatou que sete apartamentos foram danificados, e moradores de um edifício no distrito de Ramenskoye, a 50 km do Kremlin, tiveram que ser evacuados. Destroços de drones também afetaram a infraestrutura ferroviária no distrito de Domodedovo, a 35 km ao sul da capital, conforme informou a agência RIA.

Casa em chamas após ataque de drones da Ucrânia na região de Moscou — Foto: Andrei Vorobyov, via Telegram/Divulgação via Reuters
Canais de notícias russos no Telegram, como o Baza, próximo aos serviços de segurança, compartilharam vídeos de incêndios em residências de Moscou, atribuídos aos ataques.
Os governadores de Ryazan e Belgorod também reportaram ofensivas com drones em suas regiões, com várias localidades de Belgorod ficando sem eletricidade, segundo o governador local.
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